Românico em Portugal

Rota do Romanico

No contexto do românico português, a arquitetura românica do Tâmega e Sousa apresenta características muito peculiares e muito próprias desta região.

Correspondendo, quase sempre, a reformas românicas de igrejas anteriores, as novas construções utilizaram modelos patentes nas antigas igrejas pré-românicas, então reformadas, e inspiraram-se nos reportórios decorativos da sé de Coimbra, da sé do Porto e da sé de Braga/São Pedro de Rates, formando uma nova sintaxe, muito própria e muito regionalizada.

Nas Igrejas do Tâmega e Sousa poucas vezes pontua a figura humana. Já os temas animalistas surgem sustentando os tímpanos dos portais, tendo claramente a função de defender as entradas do templo.

A arquitetura desta região adota, geralmente, cabeceiras de perfil retangular, embora haja exemplos mais eruditos que utilizam absides semicirculares, e fachadas onde se encaixam portais bastante profundos. Na maioria dos casos não existem, nestes portais, programas figurativos, mas o cuidado posto no seu arranjo e a profusão da escultura que ostentam mostram a vontade dos nobilitar e defender.

A Igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, em Penafiel, constitui um monumento nuclear no contexto da arquitetura românica da região. Terá sido em Paço de Sousa que se forjou uma corrente com base na tradição pré-românica influenciada, igualmente, por temas originários do românico de Coimbra e do Porto, dando origem ao que designou por românico nacionalizado. Este dialeto privilegia a decoração vegetalista aplicada em capitéis, frisos e impostas, usualmente plana, executada a bisel e de nítido desenho.

 

Torre de Vilar

A Torre de Vilar, construída entre a segunda metade do século XIII e o início do século XIV, evidencia o  poder senhorial sobre o território, sendo um testemunho da existência da domus fortis, uma residência senhorial fortificada no Tâmega e Sousa.

Existem dificuldades na datação, em virtude de apresentar soluções estruturais de gosto românico. As Inquirições de 1258 referem Sancte Marie de Vilar como Honra de D. Gil Martins e dos seus descendentes, da linhagem dos Ribavizela.

O rei D. Fernando doa Vilar de Torno, Unhão e Meinedo a Aires Gomes da Silva, em 1367, documentando-se a manutenção da Torre na mesma família, ao longo do século XV.

 

Castelo do Almoral

O Castelo de Almourol, no Ribatejo, localiza-se na Freguesia de Praia do Ribatejo, Concelho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém, em Portugal.

Erguido num afloramento de granito a 18 m acima do nível das águas, numa pequena ilha de 310 m de comprimento por 75 m de largura, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, à época da Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, atual Região de Turismo dos Templários. Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo.