Contextualização

Guerra dos cem anos

    Em meados do século XIV, durante a Idade Média e a crise em que o feudalismo se encontrava, a França e a Inglaterra iniciaram uma série de conflitos armados, que posteriormente ficaram conhecidos como “A Guerra dos Cem Anos”. O trono Francês, necessitava de um herdeiro direto, desencadeou isso tudo. O rei britânico Eduardo III queria unificar as coroas inglesa e francesa, alegando seu parentesco (era neto, pois a rainha Isabel era sua mãe) com o monarca francês Felipe, O Belo (1285 – 1314). A resposta francesa foi de que a coroa não poderia ser herdada pela linhagem feminina. Algumas questões territoriais também influenciaram o começo desses conflitos: ambos queriam Flandres, uma região economicamente importante que possuía uma aliança comercial com a Inglaterra, o que incomodava os franceses, pois aquele território pertencia à França.

 

Grande cisma do Ocidente

    O Cisma do Oriente dividiu a Igreja Católica em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa Grega.Depois que o Império Romano assumiu o Cristianismo como religião oficial, formaram-se duas linhas de catolicismo com práticas culturais e políticas específicas. Uma delas representando os hábitos do Ocidente e a outra representando os hábitos do Oriente. Essas diferenças foram cultivadas ao longo de séculos, mas agravou-se, sobretudo, com a divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental, no século IV.

      A situação se tornou extremamente instável na relação entre Ocidente e Oriente quando Miguel Cerulário se tornou patriarca de Constantinopla, no ano de 1043, e passou a desenvolver uma campanha contra as igrejas latinas. Roma tentou resolver o problema enviando o cardeal Humberto, em 1054, para negociar soluções. Mas nada correu como o planejado e a presença do cardeal em Constantinopla acabou agravando a situação, pois ele resolveu excomungar Miguel Cerulário. A amplitude desse ato foi entendida como a excomunhão de toda a Igreja Católica Bizantina. Por sua vez, o patriarca de Constantinopla excomungou Leão IX e toda a Igreja do Ocidente, causando, assim, um afastamento oficial entre as duas.

 

Descobrimentos

    Durante o século XIV a Europa passou por uma grave crise demográfica, económica, social e política.
O comércio antes dos descobrimentos era feito por comerciantes muçulmanos, que traziam a vários pontos do mar Mediterrâneo na Europa principalmente a Itália.
    Com isto existem vários intermediários o que faz que o preço dos produtos aumente.
No início do século XV, os europeus consideravam-se o centro do Mundo, sendo o conhecimento dos continentes asiático e africano bastante limitado.
 

Interesses dos grupos sociais.

   Até ao século XV os povos viviam isolados sem imaginar os habitantes das outras regiões. Esta situação alterou-se quando os Italianos e, depois, os Portugueses tomaram a iniciativa de entrar pelo Mar desconhecida, quebrando barreiras geográficas.

Várias motivos:

• Rei – Procurava soluções para os problemas económicos que afectavam Portugal e também procurava aumentar a riqueza do país;
• Nobres – Tinham de novo oportunidade de se dedicarem à guerra, podendo adquirir novas terras, cargos e títulos;
• Burgueses – Desejavam novos produtos para fazerem comércio;
• Povo – Desejava conseguir melhores condições de vida;
• Clero – Movidos pela defesa da fé cristã desejavam ir combater seus inimigos de longa data, os Muçulmanos.
 
Condições que favoreceram os portugueses:
• Clima de paz:
• Posição geográfica;
• Tradição marítima;
• Conhecimento de instrumentos náuticos (astrolábio, quadrante, bússola, balestilha, vela triangular, caravela, navegação astronómica, portulanos);
• Estabilidade económica.
 
Conquista de Ceuta:
Aconteceu em 1415 e foi um acontecimento fundamental para a expansão portuguesa. 
• Existência de ouro e especiarias em Ceuta;
• Localização estratégica (junto ao estreito de Gibraltar, o que permitia que a quem a conquistasse controlasse o comércio do mar Mediterrâneo);
• Evitar as expedições dos piratas marroquinos para atacar a costa algarvia.
Depois da conquista Ceuta pelos portugueses os muçulmanos desviaram as rotas do comércio para outras cidades e começaram a ataca-la constantemente.
 
Ocupação e descobrimento do arquipélago da Madeira e dos Açores.
Em 1419 ocupou definitivamente a Madeira. Mais tarde, o Infante D. Henrique, senhor das ilhas por doação do rei, mandou dividi-las em capitanias.
Em 1927 Diogo de Silves atinge os Açores. Nos Açores utilizou-se o mesmo sistema de divisão de capitanias.
 
A passagem do Cabo Bojador e os avanços para sul.
Em 1434, Gil Eanes, passou o Cabo Bojador e aumentou o conhecimento dos portugueses sobre o continente africano.
Em 1960 Diogo Gomes chegou à Serra Leoa e posteriormente ao arquipélago de Cabo Verde.
Contrato de arrendamento a Fernão Gomes
Em 1469, D. Afonso V arrendou a Fernão gomes, rico burguês de Lisboa, o monopólio do comércio com a costa africana (com algumas excepções), por um período de cinco anos, mediante o pagamento anual de 200 000 reais e a obrigação de descobrir cada ano léguas de costa.
 
A política expansionista de D. João II.
O objectivo de D. João II era chegar à Índia, em 1488 Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o Cabo das Tormentas a que mais tarde D. João II viria a chamar Cabo da Boa Esperança
Os Portugueses tinham, finalmente, entrado no Oceano Índico.
 
 

Guerra dos Trinta anos

 

           Esta guerra compreendeu uma série de conflitos travados sobretudo na Alemanha, entre 1618 e 1648, que envolveram boa parte dos países da Europa Ocidental. Esta conjuntura fora desencadeada na segunda metade do século XVI pelas fraquezas do Tratado de Paz de Habsburgo, um acordo concluído em 1555 entre o     Sacro Império católico e a Alemanha luterana. As tensões religiosas agravaram-se na Alemanha no decurso do reinado do Imperador Rodolfo II (1576-1612), período durante o qual foram destruídas muitas igrejas protestantes. Com a fundação da União Evangélica em 1608, uma aliança defensiva protestante dos príncipes e das cidades alemães, e a criação, no ano seguinte, da Liga Católica, uma organização semelhante mas dos católicos romanos, tornava-se inevitável o recurso à guerra para tentar resolver o conflito latente, o qual foi desencadeado pela secção da Boémia (atual República Checa) da União Evangélica. Os protestantes exigiam de Fernando II, Habsburgo, o rei da Boémia, uma intercessão em seu favor. Nesse ano, a coroa de Fernando foi entregue a Frederico V, eleitor do Palatinado ( ou Pfalz , região renana da Alemanha ) . Na segunda fase da guerra, o conflito assumiu um carácter internacional numa altura em que os Estados germânicos protestantes buscavam ajuda no exterior contra os católicos. O rei da Dinamarca e Noruega, Cristiano IV, veio então em auxílio dos protestantes, mas esta intervenção não assentávamos em motivações desinteressadas; os seus objetivos radicavam mais em ambições territoriais e na vontade de acabar com o domínio dos Habsburgos no ducado dinamarquês de Holstein (fronteira norte da Alemanha). Em agosto desse mesmo ano, Tilly derrotou o exército dos protestantes em Lutter am Barenberg , na Alemanha , obrigando as forças de Cristiano a retirarem-se em 1627 para a Península da Jutlândia ( Dinamarca ). Richelieu decidiu intervir diretamente na Alemanha, mas, entretanto, aliciou Gustavo II Adolfo, o monarca sueco, prometendo-lhe determinadas concessões. Gustavo II era um luterano, que já tinha sido contactado pelos povos protestantes do Norte.     Todavia, foi retirado do seu posto de comando por Fernando, sob suspeita de cometer atos de traição, mas, mesmo assim, encetou conversações de paz com os líderes protestantes.  A 6 de setembro desse ano, os exércitos imperiais ganharam uma importante batalha em Nordlingen , na Alemanha , que desmoralizou os protestantes e os levou a abandonar o conflito. Na fase final da guerra, dita francesa, o conflito tornou-se uma luta pela hegemonia na Europa Ocidental, travada entre os Habsburgos e a França , que continuava a ser " governada " por Richelieu. O general sueco Johan Banér , derrotou as forças conjuntas dos saxões e dos austríacos em Wittstock , a 4 de outubro de 1636 , desferindo um duro golpe na posição dos Habsburgos na Alemanha. Em 1636 , as invasões espanholas em território francês foram repelidas e a posição dos Habsburgos na Alemanha ficou ainda mais comprometida pela derrota infligida pelo duque Bernhard em Rheinfelden , a 2 de março de 1638. Em novembro seguinte , os franceses sofreram algumas derrotas em Tuttlingen , na Alemanha , mas a partir daí os Habsburgos só conseguiram ganhar algumas pequenas batalhas. Representantes do Império e da coligação contrária deram início às negociações de paz em Münster e Osnnabrück , na Alemanha , em 1645 , que se revelaram infrutíferas. No outono desse ano , Maximiliano I reentrou na guerra do lado do Império , e mais uma vez o exército bávaro-austríaco foi derrotado em maio de 1648. Esta derrota , bem como os cercos sueco de Praga e franco-sueco de Munique , aliados à importante vitória francesa de 20 de agosto em Lens , na França , obrigou Fernando , também confrontado com a ameaça de assalto a Viena , a concordar com os termos de paz impostos pelos vencedores desta Guerra dos Trinta Anos , consagrados no já citado tratado de Vastefália.